sexta-feira, 16 de maio de 2008

16 de maio, 7 anos atrás...

Há 7 anos se passaram alguns acontecimentos do qual eu tomei parte e que ajudaram a moldar minha percepção do real e da política. para quem não lembra, há sete anos estávamos vivendo sob o escândalo no qual ACM violou o painel do Senado e sabia que Heloísa helena votou contra a cassação de Luiz Estêvão. Pois bem: no dia 16 de maio a oposição baiana organizou uma mega-passeata pela cassação da ACM, e eu como todo jovem "escolarizado", estava da janela do meu apartamento com uma bandeira vermelha exigindo a cassação de ACM, pensando estar participando de um "ato cívico" para "expurgar o mal" (leia-se ACM) do poder na Bahia. Eu mesmo quase fui vítima da violência que aconteceu naquele dia, inesquecível, para mim. Alguns dias depois, fui ao Farol da Barra, onde a neta de Dorival Caymmi estava cantando e gritando "Um-dois-três-a-cê-eme no xadrez..." Depois um membro do PC do B declamou uma poesia. O que me marcou mais foi esta poesia. Nunca em toda a minha vida percebi tamanho ódio em tão pouco tempo. Ali começou ainda que de forma imperceptível a minha decepção com o comunismo, que hoje considero a maior falácia da História, responsável direto pela morte de 105 milhões e pelo sofrimento e escravidão de inumeráveis pessoas. Como uma doutrina que se fundamenta no ódio pode resultar em alguma coisa boa? Aquele momento para foi fundamental para mim. Muitos fatos, após a eleição de Lula, e tantos outros acontecimentos em minha vida foram fundamentais para confirmar a impressão primeira: o comunismo e afins é mal, escravidão, retrocesso de 2000 anos, diria o sociólogo Raymond Aron.
Mas aí, pode-se objetar: será que não há alternativas? Se o comunismo é mal, devemos nos conformar com mal que continua? O pensamento binário nos atrapalha exatamente aqui: quem disse que o capitalismo é bem? Quem disse que só temos estas duas alternativas? Quem disse que só podemos escolher entre o egoísmo e a escravidão? Entre a liberdade indiferente e o controle escravizante? Eu penso sim que existe uma alternativa, concreta e verdadeira. Para entendê-la, é preciso antes de mais nada, retirar as imagens que temos acerca desta alternativa, as nuvens que a obnubilam, que a escurecem. Esta alternativa tem um nome muito concreto, conhecido: chama-se amor. A alternativa ao mal que há no mundo é o amor. O amor é a única e verdadeira revolução, porque o homem é incapaz de amar. O amor é o dom de si para o bem do outro. Por isso, esta é a revolução mais recôndita, mais profunda e mais eficaz, está no mundo há 2000 anos, desde que um homem disse "amem-se uns aos outros como eu amei vocês!" Esta é a frase mais revolucionária da História! Para mim, tornou-se concreta, pouquíssimo tempo (dois meses) depois de ouvir aquela poesia repleta de ódio, encontrando a comunidade cristã, uma amizade verdadeira, que atravessa 2000 anos, e que é a única esperança para esse mundo em ruínas, marcado pelo terrorismo, pela destruição de embriões em nome do avanço da ciência, pelo aborto, por pais que jogam as filhas pelas janelas de seus apartamentos...

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