quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O avanço do totalitarismo

Acabei - para meu desgosto - de receber no meu e-mail uma mensagem com bobagens até não poder mais acerca do casamento gay. A pessoa que enviou-o, o endereçou especialmente pelo fato da minha pertença à Igreja católica, fato que é de todos sabido e conhecido. Se insere em determinadas posições um erro perigosíssimo, maior ainda que o fato da Igreja ser pró ou contra o casamento gay.
Em primeiro lugar, quem remete um e-mail destes tem uma total desconsideração pelo que se chama verdade. Verdade é a correspondência entre a consciência e a realidade. O que eu afirmo tem que ter base real, não fantasiosa. Parece que a Igreja está travando uma guerra contra os homossexuais, quando na verdade é o movimento homossexual que se arvora contra o cristianismo, católico ou protestante.
Se alguém se der ao trabalho de ir à História da Sexualidade, de Michel Foucault (pessoa menos suspeita possível) vai ver que a perseguição aos homossexuais só começou na segunda metade do século XVIII, quando a fé já degringolava na Europa, e despontava o período moderno e a Revolução Francesa. Ou seja, o grande inimigo da homossexualidade é a modernidade homogeneizadora e não o cristianismo. Foram o nazismo e o comunismo, ambos produtos da modernidade, que mataram em seus campos de concentração e gulags mais homossexuais do que nunca, além do fato de que os lugares onde os homossexuais mais têm liberdade para viverem as suas vidas é nos países cristãos (porque nos muçulmanos eu acho difícil sequer algo desse tipo virar discussão).
Além de todo esse falatório de discriminação de homossexuais no cristianismo, existe o seguinte fato: a Igreja tem o direito de ter a opinião que ela quiser sobre este tema e propor outras alternativas para o problema, como ela não deixa de apresentar. Quando um grupo que se considera iluminado tem uma determinada opinião e impede outros de terem e expressarem a sua opinião, isto consitui-se totalitarismo: o domínio de iluminados sobre a totalidade supostamente ignorante e que não sabe o que é melhor para si. Isso é o oposto de uma sociedade pluralista e democrática.

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