terça-feira, 11 de novembro de 2008

A suprema exigência

Da minha viagem ao Recife me impressionaram várias coisas: a beleza da Veneza brasileira (que de fato ela é!), especialmente a Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem. Mas o que mais me impressionou foi o albergue que eu fiquei, chamado de "Piratas da Praia". Nesse albergue, pelas paredes, e nos livros que tinha lá, em cadernos, sempre se falava em "felicidade". Era evidente que todos buscavam a felicidade, que é de fato, a suprema exigência humana.
E por que fui ao Recife? E por que - se Deus quiser - vou à Nova York em fevereiro? Por que fiz o que fiz e faço o que faço? É porque quero ser feliz! Eu sou exigência de felicidade, o meu coração bate, o meu sangue ferve por dentro das minhas veias exigindo a felicidade. E felicidade quer dizer infinito, porque eu sou exigência do Infinito. Que sou eu? Um nada que exige o infinito. Só isto já é a suprema prova que este infinito existe, como bem o reconheceu Shakespeare em Macbeth (ato V, cena 4): "um mundo sem Deus é uma fábula (uma mentira completa) contada por um idiota (irrazoável, pois sem Deus as "contas" do universo não batem) num acesso de raiva (ou seja, é pura violência)".


A Ressurreição: a resposta do Infinito à suprema exigência humana

Acabo de voltar do Hospital Aliança. Uma grande amiga minha, Silvana, está com a mãe na UTI em estado gravíssimo, no limiar da morte. Ali eu entendi o que é a Ressurreição. É impressionante enxergar o olhar e o rosto de Silvana. Há alguma coisa ali - naquela ante-sala de UTI - que é diferente do normal, uma paz, uma serenidade, e até uma alegria. Lá torna-se visível algo não apenas meramente humano, que possibilita isto: este "Algo" dentro de "algo" é o próprio Infinito. É o Infinito que se faz presente.
Na França, o Papa disse em setembro que a verdade é um fato dentro da História. Maria Zambrano disse que a verdade é o alimento da vida! A verdade que é este fato é Jesus! E Jesus ressuscitou na manhã da Páscoa, destruindo a morte, isto é, a finitude, para sempre! Jesus ressuscitou para dizer que nada do que somos se perderá! É isso que se chama "salvação". Sem a Ressurreição, resta-nos sermos engolidos pela voragem inexorável do nada! Mas não! Jesus ressuscitou! Silvana me deu testemunho disso hoje, 11 de novembro! É a realidade que grita: Ele está vivo!

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