terça-feira, 6 de julho de 2010

Lady Gaga e a cultura da morte


Desde que eu ouvi falar na Lady Gaga pela primeira vez, e mais especialmente após me dar ao trabalho de ler as letras de suas músicas, eu percebi que havia nela algo de muito estranho, mas muito maior do que a mera banalidade, bizarrice ou o culto ao non sense. Na verdade, a Lady Gaga foi um enigma para mim desde que percebi a sua evidente inteligência. Não é à toa que também é ela a compositora de suas próprias músicas. Comecei a me dar conta de que tudo o que ela faz e produz tem marcado, por trás do aparente culto ao absurdo, uma forte inteligência e portanto, um sentido, uma razão de ser para tudo isso. Mas como, na verdade, até pouco tempo, eu praticamente só tinha me limitado a ver o clip da música Poker Face (que é um clip dos mais normais e "ingênuos" da cantora, diga-se de passagem), pouca coisa eu percebi até então.

Tudo começou a mudar quando li uma reportagem na Veja da semana passada falando sobre o novo clip da Lady Gaga, Alejandro, que continha uma blasfêmia, na qual a própria Lady Gaga, desta vez vestida de freira, deitada num caixão, engole um rosário. Ao contrário da música, que é leve, alegre e jovial; o clip Alejandro é terrível, tenebroso e mórbido ao extremo, se constituindo uma das coisas mais abomináveis que eu já pude ver na minha vida. O clip mostra uma religiosa que perde a fé e se transforma numa sacerdotisa pagã, abandonando Deus e procurando divinizar-se a si própria. Neste caso, Alejandro seria Deus. Mas ao mesmo tempo, Alejandro é um gay por quem esta freira se apaixona, "traída" por dois supostos homens, Roberto e Fernando, símbolos da outras duas Pessoas da Trindade, do Deus que a teria "desencantado". O Alejandro gay seria como o Deus com quem ela se desencanta e que não pode satisfazer os desejos que nela suscita. Neste clip, Gaga, que é abertamente militante pró-gay, mostra ainda a relação homoafetiva e homoerótica "oprimida", tanto pela Igreja Católica quanto pelo militarismo, por uma suposta cultura patriarcal e homofóbica.

Mas isso não foi o ápice. O que vi em Alejandro na verdade estava me preparando para a cena pior, que estava por vir. Fui ver o clip Bad Romance, no qual ninguém menos que o demônio aparece explicitamente, representado por um morcego e depois por uma cobra. São cenas terríveis, porque este clip ressalta o desejo de Gaga ter um "bad romance" com a mídia, no qual ela cultua o seu ídolo (explicitamente o demônio), ao qual sacrifica tudo em nome da fama. Sem falar no vídeo Telephone (gravado junto com a cantora americana Beyoncé), no qual defende o assassinato e o lesbianismo. Uma cantora como esta, que lança estas músicas num álbum intitulado Fame Monster (Monstro da Fama) é alguém que, no mínimo suscita interrogações. O monstro da fama é ela mesma, que se vende em nome do sucesso, em nome de 4,72 milhões de seguidores no Twitter, monstro como Michael Jackson e Marilyn Manson.

A quantidade de símbolos satânicos espalhados em todos os vídeoclips da Lady Gaga, o seu visual completamente bizarro (representando a guerra contra a realidade), a sua aberta defesa da androginia e do homossexualismo, aliado a letras extremamente inteligentes (isso foi o que primeiro me chamou a atenção: a inteligência nas letras de uma cantora pop que parecia ser a versão feminina melhorada do Falcão brasileiro), leva-nos a perguntar: quem é esta? Quem é este mais novo produto da mídia global?

Lady Gaga, mais do que expressar a pós-modernidade, expressa a cultura da morte. Ela é a mais pura evidência de que a nossa época é o tempo da negação da vida, da negação da realidade, e portanto, de Deus e de tudo aquilo que é considerado sagrado, de tudo que é considerado absoluto. Lady Gaga representa a era do non sense, da confusão, do desnorteamento, do culto aos demônios e aos ídolos. Tal como era antes do advento de Cristo.

É impressionante, olhando ao nosso redor, e nos dando conta do que é oferecido a nós, perceber a atualidade do que diz o Livro da Sabedoria (Sb 14, 22-29):

"Como se não bastasse terem errado acerca do conhecimento de Deus, embora passando a vida numa longa luta de ignorância, eles dão o nome de paz a um estado tão infeliz (grifo meu). Com efeito, sacrificando seus filhos, celebrando mistérios ocultos, ou entregando-se a orgias desenfreadas de religiões exóticas, eles já não guardam a honestidade nem na vida nem no casamento, mas um faz desaparecer o outro pelo ardil, ou o ultraja pelo adultério. Tudo está numa confusão completa - sangue, homicídio, furto, fraude, corrupção, deslealdade, revolta, perjúrio, perseguição dos bons, esquecimento dos benefícios, contaminação das almas, perversão dos sexos, instabilidade das uniões, adultérios e impudicícias - porque o culto de inomináveis ídolos é o começo, a causa e o fim de todo o mal. (Seus adeptos) incitam o prazer até a loucura, ou fazem vaticínios falsos, ou vivem na injustiça, ou, sem escrúpulo, juram falso, porque, confiando em ídolos inanimados, esperam não ser punidos de sua má fé."

Confesso que nada me chocou mais do que ver Lady Gaga associada de forma tão explicitada ao demônio, porque com relação a outros artistas, estes pelo menos tinham a sutileza como sua marca registrada (como Michael Jackson, no clip Thriller, no qual faz referência ao vudu). Aqui, não. A associação com o demônio é tão evidente que é preciso ser muito cego para não notar isso. Um amigo meu me disse que "sentiu vontade de vomitar", vendo esses vídeos. Fico feliz com sua humanidade! Lady Gaga é uma doente, adoradora da morte e do mal, porque não ama a vida e nem a realidade, aquilo que existe. Ama os seus estados mentais, perturbados e confusos, fruto de uma mente inteligente, porém desnorteada, que acha que pode jogar com a realidade a seu bel-prazer. Se não amamos aquilo que existe, será impossível amar aquilo que não existe. Lady Gaga é doente e reflete uma sociedade doente.

Há alguns anos, uma rede italiana produziu uma série intitulada "Padre Pio", sobre a vida do santo de Pietrelcina, morto em 1968. Este santo teve inúmeros combates com o diabo. Padre Pio foi um homem que nunca se conformou com a realidade da morte, e sempre em suas orações pedia pela cura de inumeráveis doentes, muitos deles terminais, alcançando de muitos a cura. Portanto, como era um padre que era contra a morte (tanto física quanto espiritual de seus filhos), um dia o diabo lhe apareceu, como em tantas vezes e lhe disse: "A morte sou eu, você está lutando contra mim!" Eu nunca me esqueci disso quando ouvi, assistindo o filme há mais de um ano. Portanto, ao me dar conta, chocado, da associação da Lady Gaga com o demônio, não tenho como não ter certeza de que ela é o símbolo mais perfeito daquilo que João Paulo 2º tanto denunciou: a cultura da morte! Aquilo que me anima é a certeza de que Cristo já venceu, ressuscitou! Por mais que Lady Gaga contribua para construir a cultura da morte, Cristo ressuscitou, é um fato, é vitorioso, e eu quero estar com Ele!

Um comentário:

chalina disse...

E que Deus nos ajude a desviar a atenção dos pequenos para estas coisas que o ministério infantil de todas as igrejas se atentem para isso oferecendo a eles mais opções e mais apoio.