quarta-feira, 1 de julho de 2009

O Rosário: arma de batalha


Um amigo me escreveu hoje me contando acerca de mais uma pequena batalha que houve em sua casa. Uma batalha pela clareza, pela luz, pela verdade. Uma batalha contra o relativismo, enfim, contra o mal, contra a confusão que paira em nosso meio. Mas, se alguém vier me perguntar o que é a vida, eu logo respondo: "é uma guerra". A vida não é outra coisa senão uma guerra, uma guerra pela vida, pelo bem, pela verdade. Por isso, Jesus diz no Evangelho que veio trazer a espada, e não a paz, porque a vida é guerra: uma guerra pelo bem e pela vida, pela verdade. Uma guerra para a qual para assumir é preciso ter coragem. É covardia fugir da vida, mas também é estupidez viver sem as "armas" necessárias para tanto.

Uma das maiores armas que possam existir e que a tradição cristã, tão esquecida por nós ocidentais, aponta, é o Rosário da Virgem Maria (também carinhosamente conhecido como "terço" por nós, brasileiros).

O Rosário, tal como o conhecemos, em sua origem, foi uma oração de batalhas. Não foi uma oração originalmente de "velhas", como muita gente erroneamente pensa hoje. É uma oração viril, e da virilidade. O Rosário, tal como nós o conhecemos, nasceu na militar Espanha, que formou-se como país na famosa Guerra da Reconquista, que durou de 732 a 1492, quando os muçulmanos foram definitivamente expulsos da Europa. É preciso ser muito homem para rezar o Rosário e guerrear neste mundo com ele. Porque o Rosário é um dos maiores instrumentos de contemplação que a tradição cristã possui. Ele nada mais é do que o compêndio, a síntese do Evangelho, como nos diz o Papa João Paulo II na belíssima Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae (O Rosário da Virgem Maria), de 2002.

O Rosário é para ser recitado em ritmo de marcha, pois é uma oração de guerra. Todos os santos, desde o século XVI, até hoje, sem exceção, a recitaram. O próprio Papa João Paulo II dizia que o Rosário era a sua oração predileta. Pois então: quem quiser um conselho para enfrentar a própria vida e todos os seus desafios com coragem, fortaleza e tenacidade, não deixe de pegar o Rosário em suas mãos. Pois São Paulo fala que devemos enfrentar a vida com "a armadura de Deus". E São Luís Maria Grignon de Montfort (1673-1716) compara o Rosário com nada menos que a funda com a qual o pequeno Davi destruiu ao gigante Golias (cf. 1 Sm 17, 40-54). Cada "Ave-Maria" é como que uma pedrada lançada contra o "Golias" que visa destruir a nossa vida e ao mundo inteiro: esta mentalidade relativista.

Cada "Ave-Maria" é a afirmação da Encarnação do Verbo, de que Deus se fez homem, nasceu de uma mulher como diz São Paulo (cf. Gl 4,4) e está presente. A Ave-Maria abre uma fenda na mentalidade relativista, porque Maria é a maior inimiga dessa mentalidade para a qual tudo caminha para o nada, para a destruição, para o absurdo e o non sense. A recitação meditativa da Ave-Maria é o maior inimigo que o relativismo possa encontrar.

Por fim, segue abaixo o que o Beato Bártolo Longo (1841-1926), que construiu o famoso Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, em 1887, falou a respeito do Rosário:

"Ó Rosário bendito de Maria, doce cadeia que nos prende a Deus, vínculo de amor que nos une aos Anjos, torre de salvação contra os assaltos do inferno, porto seguro no naufrágio geral, não te deixaremos nunca mais. Serás o nosso conforto na hora da agonia. Seja para ti o último beijo da vida que se apaga. E a última palavra dos nossos lábios há-de ser o vosso nome suave, ó Rainha do Rosário de Pompeia, ó nossa Mãe querida, ó Refúgio dos pecadores, ó Soberana consoladora dos tristes. Sede bendita em todo o lado, hoje e sempre, na terra e no céu".

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