sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A intercessão de Bruno Tolentino

Há várias semanas, fui visitar o Bruno Tolentino no seu túmulo, pela primeira vez. Tomei um choque logo que cheguei porque, na sua humílima lápide está escrito assim um epitáfio à Mãe de Deus: "Vem!" Fiquei muito impressionado, na verdade, petrificado quando li aquilo: "Vem!", porque pouco tempo antes tinha lido de Dom Giussani que toda a santidade está na palavra "vem", mais do que em qualquer moralidade ou em qualquer estar à altura, mas na palavra "vem". No "vem" está toda a santidade, a tal ponto que o próprio Dom Giussani diz que "o homem que rezar o Veni Sancte Spiritus, veni per Mariam trezentas vezes por dia, será feliz!".

E ali, topo eu com este epitáfio, que tem me dominado e acendido a minha confiança e a minha súplica contínua à Nossa Senhora, que me foi um contragolpe, uma oração belíssima à Mãe de Deus:

"Vem, desperta, 
matriz da eternidade e d’O sem-fim,
ó mãe de Deus, canta e roga por mim"

Rezei um terço pelo Bruno Tolentino e rezei por mim também. E tenho percebido sua intercessão em minha vida! Que coisa impressionante perceber a comunhão dos santos! Pode parecer uma loucura estar dizendo isso, mas no meu desejo contínuo de retomar a minha vida intelectual, e no ver isso acontecer cada vez mais, mesmo paulatinamente, tenho reconhecido a presença e a intercessão de Bruno Tolentino! Que ele e a Mãe de Deus roguem por mim! 

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Em cima da minha mesa

Estava olhando em cima da minha mesa, somada à barafunda de papéis, cadernos e livros, e me dei conta da presença de alguns dos objetos que me são os mais caros na vida: a imagem de Nossa Senhora de Lourdes, trazida pelo meu amigo Vinícius, de Lourdes, na França; a imagem da Virgem de Czestochowa, trazida da Polônia pela minha amiga Valentina, que foi agradecer o fato de ter se formado. Além disso, se soma a relíquia de São Ricardo Pampuri, que me foi dada pela Maria Rosária, amiga de Nápolis, uma imagem do Sudário de Torino, "roubada" do Enzo, e o belo ícone da Ressurreição, que eu ganhei da minha grande amiga Inês, em Petrópolis, no início deste ano, quando lá fui encontrá-la com alguns amigos, em meio à destruição da catástrofe do início deste ano. Impressionante ganhar um ícone da Ressurreição em meio ao mar de mal e destruição que aconteceu na região serrana do Rio, no início do ano. E, nos últimos dias, veio se somar a todas estas coisas, a lembrança do batismo de Maria Elisa, minha nova amiga: um pote de água benta! Escrevo isso porque amanhã se completam cinco anos deste blog, que se propôs como um blog de combate! E o verdadeiro combatente é Jesus, "vir pugnator", homem lutador, que entra em minha vida por meio de todos esses acontecimentos, fatos e pessoas! Impressionante perceber a batalha que Ele trava para entrar em minha vida, e como Ele é vencedor!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O yorkshire e o Natal


Há alguns dias, recebi uma mensagem de uma amiga me alertando sobre o estardalhaço que a mídia fez com o cão Titã, enterrado vivo pelo próprio dono há mais de uma semana. E eu realmente levei isso em consideração, a tal ponto que ontem, quando vi o que uma enfermeira de Goiás fez com o seu cão yorkshire, simplesmente não acreditei, tal era a estapafúrdia da situação, achando que era sensacionalismo fake. Procurei ver em sites mais "sérios", mas ontem só aparecia algo na mídia indie. Na mídia "oficial" não havia nada. Hoje, pela manhã, já havia a matéria no Yahoo! e no UOL, e o delegado da cidade onde a meliante reside e executou o seu crime confirmou o óbito do cão por maus-tratos; assassinato, ora pois.

Há algum tempo, tinha dado um time neste blog, porque como diz a grande Rose Busyinge, de Uganda, "neste mundo se fala demais, e é necessário ver", e a mim não é difícil falar nem palpitar. Sou filho da cultura do palpite, como diria o grande poeta Bruno Tolentino, e não tenho vergonha de confessar minha ignorância e estupidez. E fiz isso calando-me. Como gosto de divulgar, passei a espalhar aquilo que eu achava que era bom, como muitos textos (um dos últimos este sobre o Natal, de Marco Montrasi http://passos.tracce.it/default.asp?id=411&id_n=2569). Mas nas últimas semanas, muitos fatos conexos entre si e ao mesmo chocantes me levaram a me indignar e a querer escrever essas poucas linhas.

É chocante ver cães sendo arrastados pelas ruas amarrados a carros, enterrados vivos, espancados até a morte. Sinal evidente de que algo há de errado com as pessoas, sejam por fazerem estas coisas, seja por não se indignarem e se chocarem com elas. No meio disso tudo, a coisa mais inteligente que eu li foi a seguinte: "Para que cria? (o bicho)". O que me impressionou, nestes dias, é perceber como o mal é patético e grosseiro, grotesco, porque essas atitudes são estúpidas. Quem obriga essas pessoas a terem esses cães? Quem os obrigou a criá-los? Ou por que matá-los com tais requintes de crueldade? Poderiam simplesmente dar um veneno, mas não: aqui evidencia-se o prazer do mal, de infligir dor e tortura.

 Realmente, existe algo de errado no ser humano, algo de muito errado, diria Chesterton. A Igreja fala em pecado original. Porque não deve ser normal sentir prazer na dor do outro. Mas as coisas estão assim. Como diria o grande Renato Russo: "vivemos num mundo doente". Graças a Deus que o Natal, uma criança presente nos lembra que nem tudo são trevas, que a realidade é mesmo ocasião de novidade, e remédio para essa doença mortal que nos atinge. Como é bom poder respirar e sair do bunker, no qual pobres animais são arrastados, enterrados vivos e espancados até a morte!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Quem constroi a História?

Vamos aqui convir uma coisa: o poder é uma coisa ridícula! Ridícula e patética! Desde o poder de Lula, que descaradamente, começa o Lula III - A Missão, humilhando impiedosamente Dilma Rousseff, se imiscuindo no caso Palocci, sem que ninguém lhe tenha outorgado caso nenhum... ridículo e patético é também Strauss-Kahn, que com todo o dinheiro que tem, pode conseguir a mulher que quiser, vai "bolinar" em Manhattan uma imigrante da Guiné moradora do distrito do Bronx? Ridículo é também o desejo do poder dos sem-poder que, aproveitando do preconceito dos moradores de Higienópolis que inicialmente vetaram a estação de metrô na Avenida Angélica, fizeram um churrascão há alguns dias na esquina da Avenida Angélica com a Rua Sergipe (onde finalmente ficará a estação - foi decidido), com direito a um varal ser estendido na Rua Sergipe... os sem-poder e sem-o-que-fazer na verdade desejam é o poder mesmo... a história do poder é sempre a mesma: mudam os atores, mas a peça é a mesma, reencenada infinitamente ad-infinitum, a ponto de Nietzsche criar o mito do "eterno retorno", mesmo que Lulu Santos insista em dizer que "nada do que foi será do jeito que já foi um dia"...

Ao mesmo tempo, porém, em que o homem mais poderoso do mundo comemorava junto com uma nação, a morte de um homem (diga-se de passagem, seu quase homônimo: Obama comemorou a morte de Osama!), aconteceram dois fatos que me impactaram muito: as beatificações de João Paulo II, sem dúvida, o homem que construiu o século XX, e contribuiu para a derrocada do comunismo e para o retorno da liberdade e da paz em uma série de nações, e também da freira baiana Irmã Dulce Lopes Pontes.

Me impressionou na beatificação de João Paulo II a evidência da ressurreição: ali via-se que o homem é mais do que o seu substrato material, do que o seu corpo. João Paulo II atraiu 1 milhão de pessoas! 1 milhão de pessoas no Vaticano! Que força não será necessária para atrair nada menos que 1 milhão de pessoas a Roma! Uma coisa do outro mundo! Me impactou muito também Irmã Dulce, a freira baiana que contruiu e constroi a história da cidade que leva o nome de Jesus Cristo: São Salvador da Bahia! Irmã Dulce era fragílima! De onde vinha a força daquela mulher, que na Cidade Baixa chamou a atenção de todos para os mais pobres, e construiu uma obra que permanece até hoje na paisagem da bela capital baiana? E me marcou ainda a ternura de Irmã Dulce: vamos passar da rua Sergipe, em Higienópolis (onde aconteceu a batalha pelo poder) para o Estado de Sergipe, no Nordeste: foi em São Cristóvão (antiga capital sergipana) que Irmã Dulce se preparou para a sua vida como religiosa dedicada aos mais pobres, e é justamente de Sergipe que veio o milagre que atestou a santidade da freira soteropolitana. Eu achei isso uma ternura infinita de Irmã Dulce, e tão belo quanto foram as caravanas que saíram de Sergipe a Salvador para agradecer à Irmã Dulce pelo milagre.

Os santos constroem a História. O comunismo é um fóssil quase pré-histórico agora, mas João Paulo II reuniu há vinte e cinco dias 1 milhão de pessoas no Vaticano. Daqui a pouco, quem vai lembrar de Palocci ou menos ainda de Strauss-Kahn? Mas a obra dos santos perdura pelos séculos, constroem a História. O maior sinal disso é uma menina nazarena de 15 anos. Lutas intestinas se desenrolavam na capital do imenso império que pretendia "levar a paz ao mundo inteiro", mas que foi derrotado pelos bárbaros no ano 476 d.C. A pobre menina, que não estava preocupada com as lutas pelo poder, mas somente em responder à realidade, hoje não somente é conhecida em todo o mundo, como é a esperança do mundo inteiro. Aquela que era desconhecida por César hoje é a Imperatriz do mundo! Ela é a inimiga mais mortal do niilismo: opõe-se a ele ainda hoje. Chama-se Maria de Nazaré!

sábado, 9 de abril de 2011

Na Consolação e no Paraíso


Existem duas ruas em São Paulo que me marcam muito, porque nelas vivi experiências muito impactantes. São as Ruas da Consolação, na região central de São Paulo, e a Rua do Paraíso, na zona sul da capital paulista. Nestas ruas estão duas igrejas dedicadas à Nossa Senhora, uma sob o título de Nossa Senhora da Consolação, e a outra sob o título de Nossa Senhora do Paraíso.

Na Consolação me aconteceu uma coisa impressionante em 2008, quando devido a um fato que havia me acontecido alguns meses antes, eu estava literalmente paralisado, e vindo de Salvador a São Paulo para um encontro público do padre Julián Carrón no Vale do Anhangabaú (centro de São Paulo) com o Movimento Comunhão e Libertação, aconteceu-me de ir a uma missa na Igreja da Consolação. Sem planejar absolutamente nada, eu havia ido na Missa de 100 anos da Igreja da Consolação, e obviamente as leituras eram sobre a Consolação. Me marcou muito a homilia do padre sobre a Consolação, e que era muito bonito o fato de que em pleno centro de São Paulo exista um lugar onde as pessoas são perdoadas, abraçadas, consoladas. Eu passei a amar a Consolação porque fui verdadeiramente abraçado neste dia. Às vezes costumo fazer umas caminhadas e gosto de ir caminhando até a Consolação. Me marca ainda, a música de Tom Zé: "entre a Augusta e a Angélica eu encontrei a Consolação". Depois, descobri algumas coisas que me marcaram muito: o título "Consolação" é um título antiquíssimo, um dos mais antigos atribuídos a Nossa Senhora, e tem a ver com a consolação que receberia Santa Mônica que pediu durante vinte anos a conversão de seu filho. Ainda é um espaço dedicado à devoção à Divina Misericórdia. Realmente, impressionante... lugar de abraço!

Na Rua do Paraíso, sempre que passava lá, especialmente quando ia à Vila Mariana, de ônibus (na linha Ana Rosa, que cruza a Avenida Paulista), sempre via essa pequena igreja que fica imediatamente ao final da Paulista. Um dia, quando eu estava indo na Região da Liberdade / Bela Vista fazer o reconhecimento de uma firma, cruzei com a igreja... eu estava ansioso com algumas coisas, especialmente coisas práticas, que não são muito o meu forte. De repente, cruzei com a igreja, e disse a mim mesmo: "vou entrar aqui". Fiquei sabendo que entrei na catedral greco-melquita de Nossa Senhora do Paraíso, a sede no Brasil, de uma das igrejas orientais que permaneceu fiel ao Papa depois do Cisma do Oriente, em 1054. Quando cheguei lá, vi tantos ícones, a beleza era tão estupefaciente que eu me dei conta ali que estava sendo abraçado, mais uma vez por Nossa Senhora. 

Muitos desses ícones aparecem neste vídeo abaixo, um dos hinos mais famosos do Oriente, o Agni Parthene: Ave, ó Esposa Inesposada!

Resolvi escrever este post depois que li este poema, escrito na estação de metrô do Paraíso:

O paraíso fez em Portugal a febre de navegar
fez o índio migrar do litoral para o poente
fez o imigrante largar da Europa e do Oriente

Quimera a que não se pode renunciar
o paraíso será?

Para encerrar, conto uma anedota que me aconteceu no meio desta tarde. Voltava eu, de Santana, na zona norte da cidade, e peguei a linha azul, para descer na estação do Paraíso, já na zona sul (de lá fui andando até a Avenida Paulista pegar um ônibus), e no meio do metrô, tinha uma mulher vendendo balas, espalhando por todos os que estavam no metrô. Como eu quis comprar para ajudá-la, fui lhe perguntar: "moça, tem troco pra vinte?", ela me disse "tenho", ao que eu lhe falei "eu vou descer no Paraíso", ao que ela me retrucou "o Paraíso está longe, longe". Aí eu me dei conta da mais pura verdade: "ainda estou muito longe do Paraíso". Mas o que me anima é o que dizia Santa Tereza de Ávila: "a cada minuto, estamos um minuto mais perto". Mais perto da meta!

domingo, 20 de março de 2011

O homem sem poder se chama "eu"

Há alguns dias, eu me choquei quando encontrei um velho texto de Dom Giussani (de 1987!), quando ele diz bem assim: "o homem sem poder se chama 'eu'". O "eu" é nada mais é que o homem sem poder, o homem puro, do qual São José, comemorado ontem, talvez seja a figura mais evidente juntamente com Maria de Nazaré. O homem sem poder é o anawins, o pobre de espírito, aqueles que não tem nada para defender, senão a si mesmo, senão a sua própria realidade, e a realidade do Mistério que o cerca (percepção esta que a pós-modernidade quer destruir a todo custo, reduzindo o Todo a uma Maya, a uma grand eilusão, uma Matrix...)

Dom Giussani, no texto, conta o episódio do encontro com um mendigo que estava pedindo esmola para ir a uma cidade, e ele perguntou ao mendigo o que ele iria fazer quando chegasse na dita cidade; o mendigo disse "voltar para cá, para esta mesma cidade". e contou que o mendigo passava a sua vida a caminhar de uma cidade para a outra, indo e vindo, sem parar.

Dom Giussani citou O Peregrino Russo, e disse que existem algumas pessoas que são como este mendigo, são como o anônimo peregrino russo, que conta no livro a sua história de caminhada pela imensa planície das Rússias (a Branca, a Pequena e a Grande) de um leigo jovem de 33 anos. Dom Giussani diz que, algumas pessoas são como este mendigo, como o peregrino russo: elas não entram em mosteiros ou conventos, mas passam 30, 40 anos a caminhar, a pedir... porque a verdadeira condição, a ontologia do homem é a mendicância, o pedido. Eu sou necessidade. Em filosofia, se diria: sou contingência.

Confesso que quando eu li que "o homem sem poder se chama 'eu", aquilo se cravou em mim de alto a baixo. Quem é o homem sem poder se não eu mesmo? Quando penso em Obama e Kadafi e ainda em Hillary Clinton ou em Dilma Rousseff, eu me dou conta de que eu não possuo nada, nem a mim mesmo, porque a realidade da morte vem me tirar a última ilusão de que eu ainda posso possuir a mim mesmo, pelo menos! "Quem sou eu?". Esta é a pergunta que se instaura na minha pessoa, diante de uma frase destas. Quem sou eu, que se comove com a guerra civil na Líbia, com a tsunami e o acidente nuclear no Japão, com a catástrofe de Petrópolis? Ou ainda que vê poesia num cão que não abandona o seu amigo ferido no Japão? Quem sou eu? Sou como Abraão, homem sem poder, anawim, pobre! Em caminho! A pós-modernidade quer me destruir, mas "eu" existo. Sou relação com o Infinito, e caminho sendo esta relação. Desse meu reconhecimento nasce a minha história. Da mesma forma como a História nasceu com Abraão, a minha história nasce assim: sou um homem sem poder, não tenho as ilusões dos poderes mundanos. Sem estas ilusões, resta-me a grande realidade: eu mesmo e o Mistério que me cerca.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A pós-modernidade e o mistério do eu


A pós-modernidade é a atual forma de organização do capitalismo contemporâneo, conhecida como globalização. A globalização é fruto da redução brutal dos custos de transportes e da Revolução da Telemática, que possibilita aos capitais, à tecnologia e à informação viajar em tempo real para qualquer parte do planeta. A realidade mais pós-moderna que existe é o Facebook, a rede social que interliga pessoas em todo o planeta.

Hoje eu faço aniversário. Acabei de receber os parabéns de Budapeste (Hungria), de Salvador e de Florianópolis. A pergunta que eu me faço, andando pelas ruas da pós-moderna São Paulo, é "como fica o mistério do nosso eu nessa história toda"? Porque antes as pessoas podiam se iludir, confundindo o mistério do seu eu com a cultura, com o lugar no qual habitam, mas hoje a pós-modernidade, a globalização vem nos tirar todas essas ilusões. A pós-modernidade vai nos movendo pelo mundo, fazendo-nos, qual novos Ulisses, ultrapassar as novas Colunas de Hércules, e mostarndo-nos o quão relativo era aquilo que críamos como absoluto.

No ano que passou eu morei em três cidades diferentes: Salvador, Aracaju e agora aqui em São Paulo. Isso deixa marcas indeléveis no nosso ser, no nosso eu. Qual é a consistência do meu ser, da minha pessoa? Porque se tudo é tão efêmero, tão volátil, o que é que consiste, que dura? O que é que verdadeiramente tem valor? Essa é a pergunta que não saído da minha cabeça nas últimas semanas.

O baluarte contra o niilismo pós-moderno é somente o nosso coração. A cultura é a tradução das tentativas do nosso coração de encontrar uma resposta à sede de significado. As culturas são relativas, mas o coração é absoluto. A exigência de justiça é absoluta, a exigência de amor é absoluta, a exigência de verdade é absoluta! Isso se vê até mesmo na cultura pop pasteurizada e difundida em todo o mundo! Se a globalização relativiza as culturas, se mostra que muito do que críamos como absoluto era na verdade, relativo, a pós-modernidade começa a criar uma cultura global, animada por tipos como Amy Winehouse (no Brasil este mês). Se está emergindo uma verdadeira cultura global é porque os povos estão se encontrando. A sede de absoluto permanece, porque o coração é único em todos os lugares e tempos. É belo que hoje é a festa da Epifania (Manifestação) do Senhor aos Magos, representando todos os povos: o Senhor, o Mistério, o Absoluto veio, não somente para os judeus, mas para todos os povos! A pós-modernidade é uma grande oportunidade de reconhecer isso, porque o que todos os pós-modernos buscam é uma coisas só: Jesus Cristo! E Ele me encontrou!