A prova que decidiu o destino eterno dos anjos foi o anúncio da Encarnação do Verbo, Jesus Cristo, que nasceria da Virgem Maria. “Isto pareceu-lhe intolerável e desejou que esta união fosse realizada com ele”, afirma Cornélio a Lápide. Sim, só a ele mesmo, Lúcifer, “o perfeito desde o dia da criação” (Ez 28,15), deveria Deus unir-Se e deste modo constituí-lo como o mediador único e necessário entre o Criador e as criaturas. “Não servirei! Subirei até o Céu, estabelecerei o meu trono acima dos astros de Deus, sentar-me-ei sobre o monte da aliança! Serei semelhante ao Altíssimo!” (Is 14,13-14).
Ecoou um brado no Céu: “Quem como Deus?” Entre o anjo revoltado e o trono do Todo-Poderoso erguia-se “um dos primeiros príncipes” (Dn 10,3), um serafim incomparavelmente mais esplendoroso e forte do que havia sido “o que levava a luz”. Quem era este que ousava desafiar o mais alto dos anjos e agora refulgia invencível, revestido do “poder da justiça divina, mais forte que toda a força natural dos anjos”? Este sinal de fidelidade passou a ser o nome daquele que foi o primeiro a levantar-se em defesa da Majestade ofendida.
“Houve no Céu uma grande batalha. Miguel e os seus anjos pelejavam contra o dragão, e o dragão com os seus anjos pelejavam contra ele” (Ap 12,7). Satanás arrastou a terça parte (Ap 12,4) dos anjos. Porém, não prevaleceram, nem o seu lugar se encontrou mais no Céu. Foi precipitado aquele grande dragão, que se chama diabo e Satanás, e com ele os seus anjos (Ap 12,8-9) nos abismos tenebrosos do inferno (2Pd 2,4). Como caíste do céu, ó astro resplandecente, que no nascer do dia brilhavas? (Is 14,12). A tua soberba foi abatida até os infernos! (Is 14,11).
Nenhum comentário:
Postar um comentário